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São Paulo: O desabastecimento no estado mais rico do país

Diego Terloni, Guilherme Azevedo e Luciano Vidal

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Rio Tietê é um dos mais afetados pela

poluição paulistana

(Foto: Agência Brasil/EBC)

            Banhado pelos rios Tietê, Paraná, Pinheiros e Grande, o estado de São Paulo está no coração hidrográfico do país, mas a sua capital enfrenta graves problemas de abastecimento, o que levou a uma grave crise hídrica nos últimos anos. O Sistema Cantareira entrou em estado de alerta há dois meses e os paulistanos podem enfrentar problemas no verão que se aproxima.
            Em 2016, o reservatório responsável por abastecer a região metropolitana chegou no volume morto, situação abaixo das comportas, em nenhum momento da história as águas chegaram a esse ponto.
            Morador de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, André Bustus disse que não sofreu tanto, apesar de também ter enfrentado o desabastecimento. “Lá teve muito mais corte de abastecimento. Durante o horário que a maioria estava em horário de trabalho, o pessoal cortava o abastecimento de água”, afirma ele. Sobre a medida do corte, Bustus conta que “Quando a água voltava, consumiam mais que deveriam, porque acabavam abastecendo para quando ficasse sem água”
            Em campanha para a reeleição, o atual governador de São Paulo, Márcio França (PSB), em entrevista a TV Diário, afiliada da Rede Globo em Mogi das Cruzes tranquilizou a população ao dizer que o cenário não deve se repetir na mesma intensidade do que dois anos atrás. “Há uma crise hídrica no Brasil inteiro. Antigamente a gente era o país das águas, hoje não é mais e é bom que as pessoas economizem no consumo da água. Mas, esse ano não temos o risco de fazer pelo menos aquele racionamento que nós tínhamos perigo nos outros anos”, disse.
 
            O ex-governador Geraldo Alckmin foi duramente criticado pela Organização das Nações Unidas por omitir o tamanho da crise para a população. À época, a Companhia de Abastecimento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) não informou a população de que o racionamento representava um risco existente. Com isso, o sistema acabou sobrecarregado e a água secou na capital.
            Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) estima que 200 mil domicílios foram atingidos pelas medidas da Sabesp. O Datafolha aponta que 93% dos moradores da Grande São Paulo enfrentaram sérios problemas de abastecimento entre dezembro de 2014 e março de 2016.
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Represa Billings durante a seca de 2015.

O reservatório chegou ao nível

mais baixo em 100 anos

(Foto: Agência Brasil/EBC)

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